RABISCO À COR DE SANGUE
Um dia eu desejei
a imortalidade de nossos momentos...
como quando banhados pelo sol,
prometemos jamais afastar nossos lábios
por mais de 24h de distância.
Agora você já não está mais por aqui
e estou fadado a conviver com cada infinitude
que construímos debaixo de um sorriso,
em todo instante que o dia raia
e que os raios beijam minha face.
Eu tentei corrigir meus erros
com a parte azul de uma borracha mentirosa,
tal qual quem tenta apagar as manchas
de uma caneta vermelha escrita em papel de seda
quando sequer aprendeu a escrever com grafite.
Quem dera poder voltar naquele último segundo...
eu pensaria uma quarta vez
antes do fatídico disparo...
no instante em que eu me afastei do amor
e baleei minha alma estupidamente.
É difícil conviver com a saudade do seu corpo
tendo meu próprio espírito por assombração...
Seu coração não me perdoa
e esta alma quer vingança
pelas feridas que causei a nós.
Os desejos foram atendidos,
as promessas se quebraram no caminho...
não há absolvição para o que sobrou
enquanto o sobrenatural sentir a dor
de um coração que bate em descompasso.
domingo, 03 de agosto de 2025