PARADOXO DOS NÓS
Eis que o peito boceja vãs inquietações:
Como renegar as raízes profundas
e permitir desabrochar no peito um novo perfume
exalado pelo beijo iluminado de um mesmo Sol?
Não é fácil contemplar o Belo e não sorrir para o futuro.
Quando a noite desce seu manto de anseio sobre os corações peregrinos
todo vagante lança sua atenção para o farol
que clareia o instante como uma lareira no inverno ancestral.
Rugas e olheiras da longa espera se locupletam com os joelhos chagados de silencioso remorso
na vitrine da alma daquele que tem sede, mas se julga indigno do bálsamo abolitivo...
colorindo a paisagem etérea do peão herói
no súbito infinito tabuleiro da vida inglória.
O pensamento é esse emaranhado de desejos insanos e privações injustas...
Por vezes, o coração pensa e a cabeça desfruta do sentimento,
elevando os sinais vitais para o patamar de sobrevivência
que torna o destino um mero miserável vulnerável aos desatinos de Eros.
Não há antídoto que neutralize os danos acolhidos pelo veneno na flecha da nova chance.
Peçonha e cura valsam juntas no compasso das incansáveis batidas
pela estrada que desenha carne a dentro de quem tá morto...
e lutando bravamente para não viver de paixão.
segunda, 14 de julho de 2025