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"É a minha vida... é agora ou nunca"

Textos

A Visão Divina Dos Infernos Celestiais

Foi quando ascendi ao inferno que pude rever minha face esquecida. Tantos rostos sofridos, reflexos de minha doce esquizofrenia. Em todas as estadias nesse sofrimento,
que incendeia o corpo inteiro por dentro e a pele se arrepia com o abraço hipotérmico da culpa, nunca conseguia recordar dessas sensações. Nem mesmo agora, haja
visto que é nelas que me encontro... ou me desolo.
Não existe inferno certo para cada atitude errada. É nesse estado que exibo toda minha impotência de mamífero que ainda não teve a queda do seu umbigo e me afasto
aceleradamente do ser humano. Quando a gente sucumbe ao calor do momento quase nunca suporta de pé ao se deparar com o destino em chamas, ilustrado com semblantes
angustiados e bem representada por uma sinfonia de gemidos desesperados.
Eu nunca havia estado no inferno, nem astral ou carnal, até o instante em que pude olhar para baixo e avistar o céu. Feliz daquele que consegue sentir a energia
celeste mesmo estando na linha divisória. Conscientes, os que conseguem senti-lo estando nele. Tolos os que nele estão, mas seu umbigo atrai todo o olhar para cima
fazendo com que enxerguem apenas o que querem ter, não o que já têm ou o que são. Eu sou os 3 de uma só vez.
A pior parte do inferno é olhar para todos e não ver ninguém além de mim. Uma legião de demônios com a minha cara chicoteando uma multidão de miseráveis com meus
traços fisionômicos. A satisfatória dor de agredir mesclada ao insuportável deleite de estar sendo esmurrado. Acho que jamais estive no inferno, pois não há lembranças
minhas do pós morte. É o inferno que aqui dentro está e não há tempo para parar de abrasar meu infame coração.

            Max Moraes da Silva - sexta, 06 de Setembro de 2019
Max Moraes
Enviado por Max Moraes em 06/09/2019
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