Eu nunca liguei pra nada...
    Eu nunca me importei comigo
    Tanto faz se eu me perder
    Tudo é muito mais interessante

    Tudo tinha mais valor do que eu
    Eu deixei de me dar abrigo
    Nunca restou amor para mim
    Me encontrar não era prioridade

    Meu EU sempre esteve sozinho
    Os outros têm mais valor
    Amor próprio faltou no meu peito
    Tanto faz ou tanto fez se é pra mim

    Você me amou muito
    Cuidou de mim como ninguém
    Você foi minha proteção, meu cobertor, meu refúgio...
    E eu não aprendi a enxergar tudo isso

    Você se doou por inteiro
    Tentou me ensinar a viver
    Esgotou toda sua paciência santa
    Mas minha estupidez foi mais brutal

    Todo cristal é sensível
    Com você não seria diferente
    O Amor é um sentimento grandioso
    Mas não aguenta tanta insatisfação

    Você fez tudo por mim
    Rasgou o peito por esse Amor
    Eu te Amo, porém sou estranho
    Tudo foi feito por amor a mim

    Eu não percebi o valor do seu afeto
    Brigas e atenções que me protegiam
    Você tentou me proteger de mim mesmo
    E saiu machucada dessa batalha

    Sua alma e coração se feriram
    Sua dor, no meu peito, é mortal
    O sangue do meu corpo é banal
    Mas as lágrimas do seu rosto é o fim

    Eu não consigo viver solitário
    Também não sei viver acompanhado
    Eu sou o mal que corrói o Amor
    Você é o anjo que por mim se arriscou

    É difícil continuar vivendo
    Morrer é uma saída bloqueada
    Não quero te fazer mal algum
    Mas eu faço todos sem perceber

    Eu te Amo e esse Amor deveria enxergar
    Seu olhar só queria reconhecimento
    Toda palavra falada ou escrita foram tiros
    Te machuquei e me pus entre a vida e a morte

    Eu quis te proteger do inexistente
    Tentei te mostrar o caminho
    Só que eu fui ignorante e cego
    Eu estava perdido e não podia te guiar

    Eu não pude evitar a sua dor
    Agora não posso suportar minha mente,
    Não suporto sequer a minha presença
    Acho que eu não sei o que é Amor...

    Sinto a sua falta
    Preciso de você pra viver
    Eu não sei viver sozinho comigo
    Também não posso te fazer conviver com meu ser

    Meu egoísmo é sinal de covardia
    Meu juízo diz que você deve ir
    Meu coração implora para você ficar
    Quantas vezes preciso morrer para aprender?

    Não quero te esgotar a vida
    Quero mais é preencher seus vazios
    Devo estar para somar, não diminuir
    Mas eu não sei viver como Homem

    Nem posso te pedir perdão
    Pois a anos que eu não faço isso por mim
    Você está certa em me abandonar
    Trate-me como eu me trato, será melhor

    Como eu me trato é doloroso demais
    Conviver com dois de mim é castigo
    Me aturar também é castigo para você
    É crueldade te tratar como eu me trato

    Você é tão doce e meiga
    O mínimo seria te amar diferente
    Contigo deveria ter sido tudo diferente
    Eu continuei agindo como o de sempre

    Eu não mereço tanta doçura
    Tudo isso é medo de ficar só comigo
    Não tenha pena de mim como eu tenho
    O sofrimento será pouco, se você estiver bem

    Eu falo besteiras e ajo como criança
    Não aprendi o quê é a vida
    Você não quer mais estudar, nem ensinar tudo isso
    Chegou a sua hora de viver e eu nem ainda sei falar

    Eu sou toda essa aberração
    Não mereço seu angelical sentimento, Amor
    Mas há uma única coisa em mim que presta
    Fora o meu Amor por você, nada mais se salva

    A única coisa em mim que cuido
    Eu deveria cuidar também de você
    Mas de mim, eu não sei cuidar
    Cuide do meu Amor como se fosse de você

    Você é louca por me amar
    Nem eu fiz essa loucura toda
    Meu maior acerto foi Amar você
    Talvez o único da minha vida até hoje

    Quero fazer diferente sempre
    Os desejos são reais
    Embora as realizações ainda não
    Não sei se ainda tenho tempo

    Meu último respiro será por você
    Ainda que eu morra agora, eu te manterei viva
    Se você estiver feliz, eu também estarei
    Eu vou conseguir... só assim continuarei vivendo.

            Maximiniano J. M. da Silva - terça, 26 de Junho de 2012