A gigante casa deveria me inspirar,
    Eu deveria gostar de aprender,
    Mas ela só sabe me sugar
    Essa tensão não me dá prazer

    Vejo tanta coisa boa
    Me sinto até orgulhoso
    Às vezes penso estar lá a toa
    E o sabor nem é tão gostoso

    Mestres e doutores ensinando
    Jovens alunos na árdua missão
    O tempo vai passando
    Não sinto meus pés no chão

    Lá eu devia me encontrar
    Eu deveria saber quem serei
    Mas não me conheço mais
    Hoje não sei quem me tornei

    Quero somente fugir
    Ninguém me ver como eu as vejo
    Há horas que preciso explodir
    Sumir é meu doce desejo

    Para dizer que sou livre
    É mesmo necessário tanto estudo?
    Isto está sendo minha prisão
    O nada substituiu o meu tudo

    Tudo que quero é viver
    Sem algemas nos pés e na mente
    Preciso pensar com liberdade
    Descobrir quem é essa gente

    Estão me dando um "futuro"
    Levando em troca o meu presente
    O dia está mais escuro
    E o rosto menos sorridente

    Estou apenas colhendo passados
    Penando por um pouco de asas
    Meus pés estão meio descalços
    Me sinto pisando em brasas

    As traças falam o que "sabem"
    Minha boca fala o que sinto
    Mas o que sinto não tem valor
    Assim querem que eu adentre no labirinto

    São eles que sabem de tudo
   E tudo que eu sei?
    Grandes vidas eu aprendi sozinho
    Foi nesse caminho que me inspirei

    Não quero o futuro que é seu
    Tudo que quero é buscar o meu
    Essa casa é uma entrada vazia
    A liberdade está mesmo é em cada dia

            Maximiniano J. M. da Silva - segunda, 29 de outubro de 2012