PEGADAS EM NUVENS

    O sol não aquece o dia
    Meus passos morosos ao apogeu
    Em minha mente quase fria
    A luz do sol se faz ausente.

    Chuva forte que não molha
    Ventos frios sem direção
    Nesse meu horizonte ofuscado
    Mais uma sombra em meu olhar.

    Pegadas em nuvens andarilhas
    Um respirar ofegante em demasia
    De um corpo atirado ao destino
    Faz o coração abraçar-se ao absorto.

    Sem qualquer sinal da sorte
    A sentir calafrios nos intentos
    Ao ouvir cantar um rio seco
    Nas lembranças dos amores sepultados.

    Fragmentos efêmeros de um desejo
    Repousados no berço do tempo
    Avivados nas entrelinhas do acaso
    Mas esquecidos na palma da timidez.

    Um sonhar de dias claros
    Em trilhas virgens de um fado
    Sem chuvas secas nem solares obscuros
    Mas com esperança de incandescente olhar.

            Maximiniano J. M. da Silva - quinta, 01 de Abril de 2010