Eu sou a parte do dicionário que não encontrei definição.
    Nem no exterior, em meio a tantas palavras, eu encontrei tradução.
    Não quero ser como o resto do mundo.
    Não quero chorar em público,
    Me sentirei jogado no chão,
    Em instante algum espero ser confundido como vagabundo.

    Vejo o céu.
    É tão grande e está acima de nós;

    Uma mão se estende pra mim.

    Não aparecem mais lágrimas no meu rosto...
    Nem estou estirado na lama.

    Mas seja lá quem foi,
    Enxergou minha revolta
    Talvez com este ser eu encontre a resposta
    Ou pelo menos a mais estúpida explicação
    Deste meu rio de interrogações.

    Meu ponto de partida é agora.
    O passado já morreu e eu sou presente.
    Ainda não sou simples lembranças persistentes.
    Minhas dúvidas não serão esclarecidas enquanto eu tentar tocar o Sol
por meros caprichos.

    Veja o lado bom...
    Eu ainda estou vivo!
    Para quê saber de tudo se nada me será lembrado após estes tempos?
    Fica mais fácil achar as respostas se eu trocar as interrogações
por vírgulas ou reticências.

    A última página do dicionário não foi escrita...
    Muitas coisas hão de vir...
    E eu ei de passar por algumas delas.

        Maximiniano J. M. da Silva - segunda, 30 de Abril de 2007